Se eu pudesse falar do passado,
Talvez seria assim:
A gente vive…memoriza…sofre ou tem saudade,
Avalia cada momento,
Questionando até se foi verdade,
Algo que agora não existe mais.
Às vezes são apenas lembranças…
Outras tantas vezes deixam marcas no corpo,
Mas independente se está na mente ou é cicatriz,
Tendemos sempre a resgatar esse passado,
Como uma parte inevitável de quem nós somos.
De fato, faz parte da nossa identidade,
Seja pelo prazer ou pela dor,
Pelo ódio ou pelo amor,
É marca…é pensamento…é voz que ecoa na alma.
Não somos máquina,
A ponto de esquecer o que foi vivido,
Mas precisamos entender,
Que estar em paz com o passado,
É não deixa-lo ecoar em nossa alma,
A ponto de nos distrair do presente,
Já que o tamanho da dor ou da cicatriz,
Não pode estragar nossa reconstrução…
Nem muito menos esconder,
A potência de nosso coração.
Mas para isso é necessária muita disposição,
Para acordar e reorganizar os pensamentos,
E coragem para aceitar os acontecimentos,
Talvez até dos próprios erros,
Buscando assim uma autoconsciência,
Que permita entender que o ontem,
É uma história que agora só caminha para frente.
Cabe a nós decidir: continuar escrevendo ou reviver constantemente o que se foi?
Quando você busca reviver o que se foi,
Deixa de ser protagonista da própria vida,
Foca em memórias e perde de vista suas emoções…
Mas…se tiver coragem para assumir a responsabilidade,
De continuar escrevendo…
De querer encontrar a felicidade,
Não em delírios, mas presencialmente…
Possivelmente você estará em paz com o passado.
Reconhece-lo e valida-lo é compreender que ele é um fragmento do seu eu,
E apenas uma ponta da sua jornada.
Se eu pudesse falar do passado…
Agora poderia dizer que somos quase amigos,
Pois caminho no presente,
Tomado pela gratidão,
De quem se fez e refez,
Com as marcas do próprio passado.
Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.
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