É uma coisa muito louca essa tal da rotina dos tempos de hoje, e o que ela pode fazer com a gente.
É acordar, tomar banho e café, cronometrar o tempo do carro (do ônibus, da moto ou da bike). Para alguns… fazer almoço, lavar as roupas, cuidar do filho e mandá-lo para a escola ou creche, e para outros… cuidar de quem está no hospital, manter o foco enquanto termina o turno do primeiro emprego para iniciar o turno do segundo emprego, além de aguentar a saudade de quem se ama.
Tanta coisa e sentimento a gente guarda no coração que os dias passam e tudo se acumula de um jeito silencioso e também desastroso. A gente pensa que não precisa descansar, ou quando descansa, sempre arruma uma desculpa para fazer algo porque “é assim que eu relaxo”.
A vida moderna traz “grátis” uma sequência sem fim de responsabilidades que nos validam com adultos, sempre nos impulsionando a ostentá-las como sinônimo de liberdade, mas que antes do final do mês estaremos sem dinheiro para gozar aquelas imprudências da imaginação (talvez festas… cerveja com os amigos… livro caro para a pesquisa científica… ou uma viagem paradisíaca!).
Tanta coisa e sentimento a gente sufoca no coração, com um medo bobo de se mostrar frágil para os outros… que a gente acaba se perdendo no tempo, não sabendo o que é cedo nem tarde.
Quando a rotina leva o tempo, pouco a pouco aumentamos o nosso segredo:
Aquele que nos tira a razão e nos faz chorar…
Aquele que nos fragiliza e nos tirar a capacidade de (se) encantar,
Aquele que nos tira a vontade até para levantar…
Não sabe qual é?
“A ansiedade está nos enlouquecendo!”
Quando a rotina leva o tempo, traz a ansiedade. Respiramos mais fundo pensando que é falta de ar, mas de nada adianta. Buscamos diminuir o ritmo, por que o coração está acelerado, mas nada adianta. Sabemos que é necessário fazer as pazes com o passado, mas nada adianta. Tarefa atrás de tarefa… compromisso em cima de compromisso… e assim pensamos que estamos vivendo bem, até o momento que o segredo estiver a ponto de nos engolir!
Tanta coisa e sentimento nós não colocamos para fora, com a (falsa) ideia de parecermos inadequados, que o “muito” transformamos em “pouco”… que “vai dar certo” transformamos em “medo e solidão”… e que o “estou bem” transformamos em “limite e vergonha”.
É uma coisa muito louca essa tal da rotina dos tempos de hoje, e o que ela pode fazer com a gente. Mas não podemos ser refém dela a ponto de perdermos nosso tempo para “ganharmos” a ansiedade. Que a dor seja plena… e que possamos esquecê-la. Que o amor seja intenso… e que possamos reinventá-lo. Que o tempo seja nosso… e que a cada segundo possamos desfrutá-lo como se fosse eterno!
Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.
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E esse tudo acumulado pesa tanto no corpo que reflete as mazelas até na alma. O tempo que não volta mais é um espelho da vida nos ensinando que podemos crescer ou até morrer com a dor. Mas, sentir a grandeza na simplicidade de tudo, nos ajuda a viver e renascer com amor.
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Obrigado pelo comentário, Rakel!
Devemos mesmo sentir a grandeza na simplicidade e amadurecer como seres humanos.
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