Por querer tudo muito bem definido,
Fugimos do que não é permitido,
E preso às regras que engessam a criatividade,
Acreditamos em qualquer verdade,
Com medo de assumir a própria ousadia,
Ou de ser taxado como louco…
E assim vivemos uma falsa alegria,
Nos contentando com tão pouco,
Carinho… afeto… e amor.
É um medo latente e incontrolável,
De não se mostrar vulnerável,
Por conta de segredos e convicções,
Que fazem parte de qualquer enredo,
Mas no fundo…
É a felicidade que deveria ser a protagonista,
Sem o exagero perfeccionista!
Os sabores não são provados com intensidade,
Imaginando o que pode surgir no pensamento alheio,
E nem permitimos em nossa cama a promiscuidade,
Por medo de ser tomado por um devaneio,
De tão gostosa que possa ser a descoberta,
Que encoraja e que tanto liberta!
(Mas que porra!)
O que de fato estás fazendo,
Se a vida não vais aproveitar?!
Porque te incomoda com quem estás,
Se tens receio de se entregar e amar?
E porque buscas sempre algo para legitimar,
A ambição que guardas no coração?!
A vida é muito breve,
Para limitar o desejo da carne…
Para se prender a opiniões preconceituosas…
Para não sentir-se pleno com as pequenas coisas…
Então… porque não se lambuzar?!
Contemple uma criança brincar,
Com seu sorriso e simplicidade,
Sem ter que da alegria abdicar,
Porque em cada descoberta,
Está uma fantástica oportunidade,
E que por mais que tenha alguma coisa incerta,
Tudo estimula a curiosidade!…
(Deixe ela se lambuzar!)
Deixe se levar por um abraço apertado,
Tão sublime quando se encaixa e conforta,
Para ver seu ser alimentado,
Por algo que realmente importa,
Que é construir-se de afeto e amor,
Sem qualquer vestígio de temor!
(Se lambuze!)
Beije até sentir o arrepio no corpo,
Com a língua… as mãos e a paixão,
E viva a excitação junto com ar que falta em seus pulmões…
Para que aquele momento,
Seja envolvido de bons sentimentos!
(Se lambuze!)
Faça amor com calor e intensidade,
Misturando as boas e más intenções,
Gozando sem muito pudor ou racionalidade,
Para aquilo que deixa tuas pernas bambas,
Aflorar e fluir com vigor autenticidade!
(Se lambuze!)
Às vezes precisamos nos lambuzar com a vida… para reescrever os próprios limites e oxigenar a alma com estímulos de ousadia.
Às vezes precisamos nos lambuzar com a vida… para deixar de imaginar e viver o presente.
Às vezes precisamos nos lambuzar com a vida… para sentir realmente que estamos vivos, e abandonar quem nos oferece migalhas quando, por direito e necessidade, devemos nos deleitar e embriagar nas mais doces aventuras.
Como disse certa vez Mario Quintana: “Não como a vida com garfo e faca, lambuza-se”.
Paz e bem.
Por Ricardo Verçoza – Professor e Escritor. Twitter: @CapitaoCoragem
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