Ao brincar com meu filho Rafael eu tenho uma perspectiva diferente do mundo, olhando através do entendimento e da ação dele. Rafael está com pouco mais de 1 ano e no momento da vida que começa a andar. Bem… você pode perguntar: “mas uma criança com essa idade tem entendimento do quê?!” É isso que pouco a pouco eu venho descobrindo quando me convenço a largar o celular e a mergulhar, assim como ele, na alegria singela e pura da brincadeira.

Não há perspectiva certa,

Para olhar a beleza da vida,

Pois a mente esperta,

É naturalmente curiosa e atrevida.

Eu penso que diante de tanta responsabilidade que me faz ser adulto (demais), esqueço como é aproveitar da espontaneidade com as coisas simples da vida. Rafael está andando, com ajuda ainda, mas com isso ele vibra de uma forma admirável! Cada passo dado, seja em direção a uma bola ou empurrando sua moto, ou ainda a qualquer outra coisa, eu sinto uma mistura de sentimentos que emana dele: alegria, liberdade, euforia e empoderamento.

O ser que ganha autonomia,

Da liberdade faz diversão e estripulia,

Tendo na inocência a inspiração,

Para seguir vivendo como na fé da oração!

É como se, ao brincar, ele tivesse forças para se entender como ser humano, compreendendo lentamente quão grande é o mundo e como o esforço das pequenas coisas pode resultar em descobertas! Um sorriso… um cheiro… passos lentos e desajeitados… a curiosidade… uma queda… e a continuidade. Brincar é se descobrir como sujeito e construir a própria história – entre cair e se levantar.

Paz e bem.

Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.

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