O que fazer quando todos pensam a mesma estratégia de marketing? A resposta mais óbvia seria uma reinvenção/mudança da estratégia, certo?! Mas não se trata apenas disso quando entendemos o papel da televisão nos tempos atuais, muito menos quando observamos o impacto do comportamento da geração Y (também chamada de geração internet ou geração do milênio). A televisão foi uma revolução marcante na vida das pessoas no início do século XX, que passou por algumas mudanças entre as décadas de 1920 a 1950, e que hoje traz outras tantas mudanças: acesso a internet, jogos, qualidade substancial de imagem…etc. No entanto, a quantidade de propaganda vista hoje em dia é muito grande se comparado ao que nossos avós viam num passado nem tão distante assim. Com tanta informação, existe fórmula para uma empresa se destacar quanto a sua estratégia de marketing? Certamente, mas a inovação não passa pela televisão, pelo menos não inicialmente.
Você talvez acredite que eu fiquei louco…E talvez esteja certo…ou não. Eu explico.
O agravante na definição da estratégia de marketing, e que muitas empresas ainda não estão percebendo, é o comportamento da geração Y enquanto público consumidor. Essa geração está sendo alvo de vários debates referentes à suas atitudes no mercado de trabalho, a medida que cada vez mais profissionais pertencentes a esta geração se inserem nas organizações. Interativos, inquietos, dispersos, multitarefas, com sede de crescimento são algumas características que lhe são atribuídas. Ampliando o foco sobre a geração Y, podemos observar que seus hábitos de mídia são completamente diferentes dos indivíduos da geração X, e principalmente dos da geração baby boomers. Enquanto as gerações anteriores a “Y” liam jornais, ouviam rádio e assistiam televisão – numa situação de consumidor passivo, os consumidores da geração Y estão desejosos por colaboração, proximidade e troca/fluxo de informações, e isso pode ser observado pela forma como muitos gerenciam suas tarefas: enquanto estão online, ouvem música, falam ao telefone, realizam uma tarefa para a escola/universidade/trabalho. Eu sou prova viva disso: enquanto escrevo este texto, atualizo meu blog, busco referência para fazer meu TCC da pós-graduação, tiro dúvidas, vejo e respondo meus twittes e postagens no faebook, e a televisão…bem, a televisão, quando está ligada, às vezes é um som distante.
E onde fica a sua marca nesta situação? Bem, esta é a reflexão que desejo chegar e que você tem que chegar. Diante de tal comportamento da geração Y, novas e melhores estratégias de marketing estão aproximando o público daquilo que as empresas oferecem. Como uma ponta do iceberg, programas televisivos estão pedindo sugestões aos seus telespectadores para construir sua programação via twitter (CQC, da Band, é um exemplo); empresas estão vendendo via internet, e algumas surpreendem no relacionamento de pós-venda (A loja da Melissa é um exemplo); e o youtube se torna uma mídia ampla ao ponto de divulgar ideias, gerar conhecimento, mas também de causar constrangimento – como foi o caso da propaganda que a Mercedes fez para o mercedes Benz Classe A. O comercial teve como “trilha sonora” a música “A lelek”, os fãs da marca perceberam o desalinhamento entre o carro com a letra da música – e isso pode se notado pelos comentários no youtube.
Sendo assim, quando trago no título do texto que a televisão está virando música de pano de fundo é porque, diante de uma geração que faz várias coisas simultaneamente, a estratégia deve estar orientada para este novo perfil de público. Pesquisa realizada em 2008, pelo nGenera, com 12 países (incluindo o Brasil), mostrou que a geração Y (internet), quando indagada sobre que meio de comunicação eles poderiam dispensar – se internet ou televisão -, a televisão perde em todos os países (pesquisa contida no livro “a hora da geração digital”). Não acredito que a televisão vai desaparecer; contudo, outras formas de interatividade vão aos pouco gerar mais resultado e conexão. Deixo uma frase do autor do livro citado acima (e que foi referência para escrever este texto), Don Tapscott: “o domínio do consumo passivo e unidirecional de mídia acabou. Esse fato tem implicações profundas para essa geração e para os maiores responsáveis pela mídia”.
Ou mudamos, ou perdemos nossa participação na história.
Referência: Livro – A hora da geração digital: como os jovens que cresceram usando internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Autor: Don Tapscott.
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e blogueiro.