Para toda solução há um problema. Você não pode ter um sem o outro. Então por que dizemos que detestamos problemas? Por que alegamos querer uma existência sem percalços? Lá no fundo, onde mora nossa sabedoria, compreendemos que os problemas são benéficos para nós.
Quando a professora de matemática da minha filha me diz que vai dar mais problemas este ano do que deu ano passado, acho maravilhoso. De alguma forma, sabemos que eles fazem bem para as crianças. Ao resolvê-los, nossos filhos se tornam mais autossuficientes. Eles conseguem confiar mais em suas mentes e passam a se considerar capazes de solucionar questões complexas.
Porém, nós adultos nos comportamos de forma tão irracional diante das tribulações que tendemos a fugir delas, em vez de tentar saná-las. Demonizamos as dificuldades a um grau tamanho que elas se tornam monstros vivendo embaixo da cama. Mas não precisamos temê-las. Problemas não são maldições. São simplesmente jogos difíceis para os atletas da mente, e os verdadeiros atletas sempre ficam ansiosos por uma partida.
Em A trilha menos percorrida, um dos temas centrais do autor M. Scott Peck é que “os problemas trazem à tona nossa sabedoria e nossa coragem”. Uma das melhores maneiras de se abordar um problema é vê-lo como parte de um jogo, assim como você encararia uma partida de xadrez ou de basquete. Quando quero jogar com um problema, especialmente um que parece não ter solução, sempre pergunto a mim mesmo: “Qual seria um jeito divertido de resolvê-lo? Qual seria uma solução hilária para isto?” Essa pergunta nunca falha em levantar novas perspectivas.
“Todo problema em sua vida carrega um presente dentro de si”, disse o escritor Richard Bach. Ele está certo. Mas precisamos enxergá-lo desse jeito, do contrário nunca encontraremos o presente.
Em seus estudos pioneiros sobre cura natural, o Dr. Andrew Weil sugeriu que encarássemos até mesmo a doença como uma dádiva. Ele escreveu em Cura espontânea:
A doença pode ser um estímulo tão poderoso à mudança que às vezes é a única coisa capaz de forçar algumas pessoas a resolverem seus conflitos mais profundos. Pacientes recuperados têm a opção de encará-la como a maior oportunidade que já tiveram para o crescimento e o desenvolvimento pessoal – um verdadeiro presente. Ou de considerar a doença uma desgraça, algo que não é merecido, obstruindo, assim, o sistema de cura. Passar a ver a doença como uma dádiva que lhe permite crescer pode desobstruí-lo.
Se você enxerga seus problemas como maldições, poderá ser difícil encontrar a motivação que está procurando na vida. Se aprender a amar as oportunidades que seus problemas lhe apresentam, sua energia motivacional certamente vai aumentar.
Por Steve Chandler, do livro “100 maneiras de motivas a si mesmo”.