Dentro de mim,

Às vezes se acumulam pesos gigantes,

E também por demais cruéis,

Que me impedem de viver bem…

Ou quando muito,

Me permite somente andar com uma certa conformidade,

E segundo as regras dos outros.

Vivo todos os dias,

Coisas diferentes e momentos novos…

Mas tenho a impressão,

De que tudo é igual,

Pelo fato de estar acompanhado pela rotina.

Isso é estranho…e às vezes incomoda.

Tenho a sensação,

De que várias vidas cabem em mim,

E começo a perceber uma ausência de propósito,

E uma dose de vazio…

Depois que aprendi a ser adulto,

Assumindo uma vida de responsabilidades e seriedade,

A identidade meio que se fragiliza,

E perde, gradativamente, a gloriosa autenticidade…

Isso me inquieta, sabe.

Começo a desejar,

Que os meus exageros se façam (mais) presentes,

Para que eu possa oxigenar minha mente,

E trazer novo fôlego aos meus sonhos.

Não me julgue por querer viver meus exageros,

E se mesmo assim você me julgar,

Não tem importância: o que vale é a minha consciência!

“Exageros” aqui não é algo que me coloca próximo da morte,

Ou como um infrator da lei,

Mas é algo que valorizo por ser simples, bobo ou intenso,

Sem me amedrontar pelas caras feias,

E pelas opiniões de estranheza e medo.

É gostar agradável sensação de embriaguez,

Sem ter o compromisso com o tempo ou com problemas do passado…

É transar…aproveitar…gozar e fazer gozar,

Sentindo o corpo e a mente leve,

Com o encanto da liberdade a correr pelas veias.

É experimentar o ridículo sem se paralisar,

Nem se envergonhar,

Por que mais do que histórias para contar,

Tornarei minha existência mais empolgante e real.

É nutrir o encanto pela esperança,

Sem desmerecer as lutas diárias…

É me deixar levar…nem que seja só por uma vez,

Por tudo aquilo que me devora!

Exageros é TUDO aquilo que faz…

Respeitar e enfrentar os próprios limites,

Para fazer da vida,

Um conjunto de instantes divinos!

Qual o teu exagero que você quer viver?

Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.

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