Qual será a origem da maldade?
É uma discussão muito antiga da Filosofia e da própria Teologia. A arte e a Ciência levantam a questão: seria a maldade algo congênito, que está na nossa condição inata, porque humanas e humanos somos ou seria a maldade uma opção?
Religiosos se perguntam sobre a origem do mal. Agostinho, teólogo do século V, perguntava-se sobre isso. Será que, existindo uma divindade, na crença de Agostinho, que criou todas as coisas, criou o mal também? E para que criou o mal, se o mal é algo desnecessário ou, pelo menos, não deveria existir?
Esse debate antigo traz uma outra indagação: será que a maldade felicita alguém? Existe a possibilidade de se sentir bem por praticar a maldade? Parte da ciência diz que a pessoa má, em grande medida, está fora de controle, e que algumas maldades são praticadas de maneira incontrolável, pois a pessoa fica fora de si.
No campo ético, o poeta romano Juvenal, do século II, criou uma frase bastante usada quando se fala em controle, especialmente de governo: “quem vai vigiar os vigias?” Em Sátiras, escreveu algo digno de reflexão: “Nenhum malvado é feliz”. O que nos faz perguntar: que felicidade pode existir na maldade intencional, deliberada, dolorosa?
Por Mario Sergio Cortella, do livro “Pensar bem no faz bem – filosofia, religião, ciência e educação”.