Coronavírus, Bolsonaro e (ir)responsabilidade.

“Mar calmo não faz bom marinheiro.”

O aprendizado constante é uma possibilidade quase que inevitável da raça humana em seu processo de evolução ao longo do tempo. As experiências positivas e negativas condicionam nossa mente a ter comportamentos que nos direciona para o enfrentamento de situações – especialmente as delicadas-, quando há risco para nós mesmo e/ou para outras pessoas. Um bom marinheiro não se faz (ou se forma) com um tempo bom… mas nos desafios que encontra nas tempestades. Nesta mesma lógica, um bom presidente não se faz em situações de equilíbrio ou de crescimento, mas na postura inteligente e coletiva que ele (ou ela) tem diante das crises.

A atual conjuntura de saúde vivida pelo Brasil e pelo mundo é preocupante. O Covid-19 (nomenclatura oficial designada pela Organização Mundial da Saúde – OMS) é uma variação do Coronavírus, vem preocupando as pessoas – e isso não é fato para se desconsiderar. O vírus começou a se espalhar na China, e hoje já é tratado como uma Pandemia – que é um aumento considerável de casos de uma determinada doença em várias partes do planeta. Diversas iniciativas estão sendo tomadas para retardar a contaminação das pessoas, bem como para tratar as pessoas já diagnósticas com o vírus.

Se você está acompanhando os noticiários (como eu acredito que esteja) deve ter percebido que não estão mais aconselhando aglomerações (como praias, shows e ônibus, por exemplo), sugere-se usar álcool em gel e lavar sempre que possível as mãos, além de não cobrir o nariz com as mãos na hora de espirrar. Cuidados básicos que visam ajudar cada indivíduo e também as sociedades de uma maneira geral. Apesar do exagero midiático na cobertura do covid-19, fato que não é novidade na mídia brasileira que gosta de potencializar notícias ruins, há uma certa letargia por parte do governo brasileiro no entendimento teórico e prático.

Enquanto outros países, com seus respectivos representantes (presidentes, inclusive), não demoraram muito para compreender a seriedade da pandemia e agir rapidamente, Bolsonaro bradava que tudo não passava de “histeria da grande mídia”, e que tudo isso era apenas uma gripe. O que se espera de um estadista é a capacidade intelectual e comportamental para filtrar das informações que recebe aquilo que presta daquilo que não presta, duvidar dos exageros midiáticos, e colaborar para um bem maior: o próprio país.

A própria palavra “estadista” traz uma compreensão que não é aquela posta em prática por Bolsonaro, especialmente neste atual cenário: Estadista – pessoa ativamente envolvida em conduzir os negócios de um governo ou moldar a sua política; homem de Estado. Aí eu tenho algumas perguntas que eu quero compartilhar contigo. Como um homem do Estado brasileiro, patriota como ele mesmo diz, não é claramente contra a aglomeração de pessoas, como foram os “protestos” do dia 15 de março? Como Bolsonaro afirma que a pandemia se tratava somente de uma gripe, quando outros países apresentam até os números de mortos? Como o Bolsonaro fica “chateadinho” com o ministro da saúde por ele não “aprovar” sua conduta nos protestos do dia 15 de março e por conversar com o governador de São Paulo – um dos estados mais atingidos com a pandemia? Como Bolsonaro afirma tranquilamente que vai realizar festa de aniversário, quando o próprio ministério da saúde diz para evitar situações de proliferação do vírus?

O presidente da república é, para mim, o cargo de maior influência em uma nação, pois as pessoas vão se inspirar para fazer o seu melhor, ou para nem prestar atenção aos FATOS – se assim o presidente acreditar. Seja a preocupação consigo e com o próximo, ou desconsideração da realidade por achar que é besteira ou maluquice, o presidente pode ser o gatilho para qualquer tipo de comportamento a ser adotado pelas pessoas. Ao meu ver, a atual postura adotada pelo presidente Jair Bolsonaro foi irresponsável. Ao invés de ter uma postura de estadista, Bolsonaro assume uma postura de quando era deputado federal, ou seja, semelhante a de um playboy: sem medir as palavras… sem considerar os fatos… sem respeitar as pessoas, como um político deveria fazer.

A nós, brasileiros, resta a necessária adaptação da vida e do trabalho por conta deste vírus apocalíptico e por conta deste desgoverno instalado que insiste em não tratar com seriedade a vida de milhões de brasileiros. Independente de quem você votou, a questão ultrapassa a política partidária, e chega a um ponto crucial: o que é prioridade para Bolsonaro?

E avançando ainda mais: terá ele uma postura inteligente e coletiva?

Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.

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