Saudosismo: gosto exagerado ou tendência para valorizar coisas do passado ou coisas que não existem mais.
Recordar é uma ação natural da mente, e é acionada por diversos motivos: medo, uma nova paixão, uma comida saborosa, estresse, frio, o doce…
Para alguns animais talvez seja algo instintivo, mas para o ser humano é uma jornada emocional para reviver situações ou pessoas que marcaram a nossa história – mesmo que seja momentaneamente. Bem… isso podemos compreender como saudade, correto?!
Se você concordar comigo, saudade é a expressão inevitável da nossa relação com o mundo, com as pessoas e com a gente mesmo, e é uma certeza durante a nossa vida, já que vamos senti-la em algum momento.
Só que as vezes, mergulhados em sentimentos que nos trouxeram sensações agradáveis, esquecemos o presente e nem imaginamos o futuro, tudo isso pelo simples fato de olhar o passado como um tempo perfeito… com pessoas perfeitas.
Se a mudança é algo intrínseco a natureza humana, esteja você consciente disso ou não, estamos deixando de admirar o “agora” e de sonhar com o “amanhã” para criar um mundo ideal que supostamente ficou no passado. Será que é medo do mundo real?
Isso, querido leitor (a), é saudosismo puro e simples, e também é um perigo. Viver o hoje projetando uma vida que já passou é desconsiderar que o fluxo da vida só é para frente e que o tempo NÃO PARA.
Seja para admirar quem um dia nós fomos ou com quem nos relacionamos, bem como para relembrar contextos e estruturas que outrora foram valorizados mas que hoje não existem mais (e você gostaria que voltassem, como o poder dos militares na ditadura), o saudosismo é uma âncora que te paralisa e te impede de evoluir na realidade de hoje, mesmo de todos os problemas que temos.
Saudosismo: fidelidade a princípios políticos, ideais, usos e costumes que já não são aceitos.
Mesmo sabendo que a essência da compreensão do que é saudosismo existe uma relação direta com o exagero, é possível atenuar seus efeitos quando desejamos o que é bom não só para a gente, mas também para as outras pessoas.
Que bom seria se as pessoas fossem mais gentis no transporte público…
Que o respeito aos mais velhos fosse prioridade…
Que a gente julgasse menos e amasse mais…
Que não houvesse tanta insegurança e desconfiança…
E que tolerância não fosse só discurso, mas uma atitude diária.
Saudosismo besta?!
Paz e bem.
Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.
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