O encantamento do mundo

Em uma sociedade como a nossa, de base técnica-utilitarista, o sociólogo alemão do século XIX, Mas Weber, desenvolveu um conceito bastante apropriado para explicar certos limites: o desencantamento do mundo, como a perda de um sentido que vá além das relações causais e racionais.

Quando nos espantamos com as coisas, isso dá um ar místico a algumas situações que vivemos. E esse encantamento do mundo – que tem entre suas forças o aparecimento de religiões ou até expressões de religiosidade, sem que haja uma religião por trás dela – colide em alguns momentos com a ciência. O próprio Weber chamava a atenção para isso: a ciência, com sua racionalidade, tirava um certo gosto pelo mundo encantado. Aquela ideia que pareceria um pouco infantil, mas que valeria para qualquer idade.

No Haiti, há um provérbio que irrita pessoas da área das Ciências Sociais, que diz: “Quando os antropólogos chegam, os deuses vão embora”. Não é nenhuma avaliação negativa quanto a essa área especial, que é a Antropologia. Mas é que o estudioso, ao chegar com a sua racionalidade ao lugar, tenta dar razões a coisas que são apenas crenças.

E, por isso, nem sempre encontra ali acolhida. Esse provérbio significa que o encantamento vai rareando. Nem sempre a única maneira de olhar o mundo é a racionalidade.

Por Mario Sergio Cortella – do livro “Pensar bem nos faz bem! 1 Filosofia, religião, ciência e educação.

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