Em épocas de incertezas, é comum que líderes incentivem o medo e depois o utilizem como arma para se beneficiar. Infelizmente, ao longo da história esta sempre foi uma fórmula fácil, seja na política, na religião ou nos negócios: se conseguir incutir medo nas pessoas e der a elas um inimigo que seja responsável por esses medos, você pode levá-las a fazer praticamente qualquer coisa.
É assim que funciona a cartilha do líder autoritário no mundo inteiro.
No curto prazo, é relativamente fácil para os líderes provocar o sentimento de escassez e em seguida prometer mais segurança oferecendo respostas fáceis e um inimigo comum que leva a culpa. Mas diante de problemas complexos, essa segurança é impossível de cumprir. Líderes corajosos e éticos combatem esse tipo de liderança.
Em meio à incerteza e ao medo, os líderes corajosos têm a responsabilidade ética de apoiar sua equipe diante do desconforto – reconhecer a desordem, mas não incentivá-la, compartilhar informações, e não exagerá-las ou forjá-las.
Líderes ousados reconhecem, nomeiam e normalizam desavenças e diferenças sem alimentar a discórdia ou se beneficiar dela.
Trecho do livro “A coragem para liderar – trabalho duro, conversas difíceis e corações plenos (p. 115), de Brené Brown.