Ninguém em sã consciência rejeitaria a presença da tecnologia nos processos de educação em geral e da escola em particular. Por exemplo, sabemos da importância das plataformas digitais, dos computadores e suas várias lateralidades no processo escolar. No entanto, é necessário ter cautela.
De um lado, não podemos ter “informatofobia”, medo do uso da informática no processo de educação. Por outro lado, não podemos ter “informatolatria”, adoração dos meios digitais, achando que eles são a única solução. Entre a informatofobia e informatolatria, é necessário compreender que não é a tecnologia em si que moderniza o trabalho escolar, mas sem ela esse trabalho não fica modernizado.
Um professor ou uma professora não se torna alguém com uma mente moderna porque usa tecnologia. É que uma mente moderna não recusa a tecnologia quando ela é necessária. Nessa hora, o arsenal de material tecnológico no processo educacional precisa ser colocado de maneira equilibrada. Não pode se ausentar. Não é ele que vai resolver as nossas questões de educação, mas, sem esses meios, a educação fica mais prejudicada, com menos consistência.
Não devemos recursar totalmente aquilo que nos ajuda a elevar nossa capacidade, tampouco achar que é um remédio universal que dá conta de todas as demandas.
Por Mario Sergio Cortella, do livro “Pensar bem nos faz bem – filosofia, religião, ciência e educação”.