Mudança.
Efervescência.
Leveza.
Ímpeto que me toma por completo, provocando um despertar de sensações que habitualmente eu não sentiria.
A cada gole as vibrações fazem aumentar a coragem nunca antes vivenciada… e o êxtase que corre em minhas veias faz com que eu precise urgentemente te beijar e roçar meu corpo no seu…
Respiro com a tranquilidade de quem contempla, esperando a chance de jogar com o desejo para saber as regras que me ajudariam a te conquistar.
Regras?
Não mais seguirei. Sob efeito do álcool a perspectiva se altera e eu tomo novos rumos de ação, almejando apenas aquela emoção, que faz tremer o corpo e palpitar o coração!
Vontade.
Irreverência.
Loucura.
Minha mente é embalada por sensações de desequilíbrio, e o meu mundo gira entorpecido. Eu bebo e bebo… me solto… e a criatividade me cerca de ideias tão sacanas e devassas que desconfio da minha própria sanidade. Enfim… tudo é tão real!
Tem certas coisas que ficam presas quando estou sóbrio e que por algum motivo, quando falo contigo, fogem como se tivessem medo de tua reação. Mas, agora é diferente… porque a embriaguez organiza com audácia o que tenho a fazer, na ansiedade de ver a fantasia se concretizar (expectativa!).
Quero dizer o que nunca foi dito:
– Eu te quero faz tempo… e não tenho motivo ou explicação complexa: apenas te quero. Simplesmente aconteceu e não consigo mais evitar pensar em você. Eu me sinto tão bem envolvido em tua lembrança…quando, a noite, meus sonhos são preenchidos pelos teus carinhos, calor e prazer (ahh!). Eu te digo: não quero mais esperar se posso satisfazer, (te) ter e viver.
Quero fazer o que só em sonhos acontece:
– Passar pela superfície na tua barriga um ingrediente afrodisíaco, para depois eu ir vagarosamente lambendo… e em movimentos circulares chupando… Tirar tua roupa suavemente com a boca, porque assim eu me deleito em ver tuas curvas e te causo arrepios com a minha respiração – e eu quero ouvir você dizer que está gostando! Sentir a água do chuveiro cair sobre nossos corpos nus, enquanto te envolvo pela cintura… e…! (imagine!)
Gemidos.
Suspiros.
Inquietação.
E agora… a volta para a realidade.
Quando o efeito do álcool passa, tudo se desmancha em fragmentos, tão frágil como vidro, e não tenho adrenalina suficiente para ser como eu gostaria: sou tomado por uma vergonha que me impede de viver.
Sou um reflexo de dois lados opostos: covarde, por não ir em frente e não me resolver com meus desejos, e ousadia, pelo mundo que quero desbravar quando estou sob o efeito do álcool e das loucuras que invento quando possuído pelos delírios.
Mas no dia a dia não posso viver constantemente embriagado para realizar o que realmente necessito, senão posso ter como efeito colateral o que boa parte das bebidas alcoólicas causam: esquecer o que foi dito ou feito.
Qual o segredo, então?
O segredo é internalizar as sensações e a coragem que brotam quando o álcool faz efeito, plantando-os no coração como uma árvore, para liberá-los como tempestade quando estiveres sóbrio. Desta maneira não terás apenas um desejo, mas também a condição para saciá-lo!
E ai?!
Texto publicado originalmente no dia 26/03/2015.
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Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor.
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