Tem dia em que dizemos “olha, tá difícil, tá complicado”; seja na escola, no trabalho, na família, na universidade. Recomeçar não é fácil. De maneira geral, esquecemos que a própria palavra “fácil” é aquilo que pode ser feito. A ideia de factível, aquilo que pode ser realizado, enquanto difícil é aquilo que rompe o que pode ser feito, que leva a uma disrupção.
Agora, difícil não se coloca de maneira alguma como algo que seja sinônimo de impossível. Algumas pessoas entendem o difícil como uma barreira intransponível. Ao contrário, difícil é aquilo que exige esforço, dedicação, uma aplicação maior. A ciência se baseia em grande medida na capacidade de enfrentar o que seria impossível, sabendo que o fácil nem sempre é o caminho mais adequado.
Porque, vez ou outra, o fácil é apenas um atalho e nem sempre o fácil é o correto. Em vários momentos, o fácil é apenas o caminho mais rápido, que não obrigatoriamente leva ao que é mais adequado, ao que é mais necessário, o que é mais decente. Difícil, sim; impossível, não. Algumas coisas se colocam em um patamar mais complexo, mas com esforço e dedicação, elas podem ser solucionadas.
Por Mario Sergio Cortella, do livro “Pensar bem, nos faz bem!” (1 – Filosofia, religião, ciência e educação).