Ela era desse jeito,
E todos sabiam…
Toda cheia do direito,
Satisfeita com sua sinceridade,
Sempre mostrando a verdade,
Aqui e acolá.
Ela era desse jeito,
Apontando cada detalhe imperfeito,
Não importava a quem,
Seja estranho ou pessoa de amizade,
Ela falava sem dó nem piedade,
Valendo-se tão somente de uma falsa honestidade!
Ela era desse jeito,
Mascarando o preconceito,
Em nome dos bons costumes,
E da preservação do sujeito.
Ela era desse jeito,
Sem ter medida das palavras,
Nem se preocupar com seus efeitos,
Porque não se buscava a luz,
Sobre aquilo que fala ou produz,
Mas sim se auto-afirmar,
E a si mesma legitimar,
Como detentora do conhecimento e da razão!
Ela era desse jeito,
Corajosa e “de ação”,
Defendia a moral e o respeito,
Sendo contra a miscigenação,
E a pluralidade da cultura…
Tudo era falta de informação.
Ela era desse jeito,
E muitos diziam,
“Ela é sincera… só isso”,
Mas eles esquecem,
Que a sinceridade,
Requer também simplicidade,
Para conhecer e reconhecer,
Além de delicadeza,
Para enxergar a beleza,
No corpo, na ideia e na diferença.
Ela era desse jeito,
E isso não autoriza o desrespeito a minha crença,
Nem tampouco as minhas escolhas de vida,
O que torna necessário,
Um cordial pedido de licença,
Para tudo o que for contrário,
Mas que não é necessariamente errado.
“Ela era sincera”… é compreensível,
Mas queira também ser sensível,
Porque sinceridade,
Não combina com agressividade,
Nem liberdade de expressão,
É autorização para a transgressão!
Paz e bem.
Por Ricardo Verçoza – Professor e escritor >> @CapitaoCoragem
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