No primeiro houve intensidade,
Fruto de uma sagaz oportunidade,
E assim tiveram a liberdade,
De finalmente viver a entrega…
Onde corpos e bocas,
Misturando-se e conduzidos pelo fogo feito de paixão,
Dispensaram o equilíbrio da razão,
Para numa noite repleta de expectativas,
Saborear um mundo de carícias repetitivas!
Ah…! o primeiro encontro…
Ah…! a alforria do desejo que estava reprimido…
Ah…! a vontade de viver tudo aquilo novamente!
Estando em momentos da vida diferentes,
Eles se permitiram…
Atendendo a uma curiosidade ardente,
E no encontro dos olhares,
Deram início as preliminares,
Para por fim a distância,
Transbordando tesão em abundância,
Registrado para sempre na memória!
E fim. Mas era só isso?
Claro que não.
Por que a mente não fica quieta,
Depois de tamanha sensação!…
As ideias ficaram fervilhando…
Pela oportunidade de um segundo encontro,
E no meu ouvido ficaram cochichando,
E imaginando o dia…
Poderia eu reviver tamanha euforia?!
Estava consumido pela ideia,
De ter tudo aquilo apenas como sentimento de saudade,
E não ter mais aquela autenticidade,
De movimentos e beijos…
No mais puro e irresistível deleite!
Não queria que tudo se resumisse uma simples lembrança,
Por mais doce que fosse,
Então… mantive firme a esperança,
Do segundo encontro acontecer.
Por que…
Há coisas que não foram ditas…
Há desejos que não foram saciados…
Já que o tempo se fez breve…
No centro histórico…
Em meio a confusão do carnaval,
Vibrando por um sentimento eufórico,
Pulsando em minhas veias…
Em meio as ondas do mar,
Com o sol esquentando nossos corpos,
Para que eu pudesse conclamar,
A força da nossa atração…
Ou, quem sabe…
Na garagem e depois,
Entre quatro paredes,
Sem roupas… sem limites… e com muitas mordidas…!
Ali iria ter a certeza,
De que você gosta de mim,
E que o inevitável,
Que desde o começo me devora,
Agora se incendeia como pólvora,
O segundo encontro…
Um eterno Déjà Vu,
Ou…
Uma realidade?
Por Ricardo Verçoza – Professor, escritor e mestrando em Indústria Criativa.