Se compararmos duas pessoas aleatoriamente, e estudarmos um pouco da personalidade de cada uma num momento de conquista na vida e num momento de perda, será que descobriremos diferenças consistentes sobre como uma pode ter sucesso e a outra não? Será que analisaremos melhor os motivos dos fracassos? Ou ainda, será que entenderemos o que realmente move (e dá sentido) e o que paralisa cada uma dessas pessoas? Precisamos, para ajudar a responder a essas perguntas, compreender a caminhada, e não necessariamente o destino… e uma boa provocação pode surgir a partir das respostas!
Quando me deparo com os medos e os desafios,
Transformando corpo e coração,
Amadureço nas batalhas,
Certo da consagração,
Por enfrentar as minhas falhas.
Então, pensemos no sucesso. Não estou falando de sucesso na perspectiva do mundo, ou seja, na valorização exacerbada de supérfluos e coisas que não preenchem o vazio que sentimos, mas de uma dimensão onde o próprio ser entende que seu sucesso depende exclusivamente de estar bem com suas escolhas. Por sua vez, essas mesmas escolhas conduzem a acertos, mas também a erros – daí nós tiramos a ideia de fracasso.
Minhas cicatrizes fazem parte de quem eu sou,
Construindo e fortalecendo minha identidade,
E concedendo-me maturidade,
Para que eu possa enfrentar,
Viver…provar…experimentar!
O fracasso, na minha perspectiva, poderia ser comparado a uma equação matemática, onde temos de um lado as expectativas sobre algo, e de outro, o resultado obtido através de nossas próprias ações. Quando subtraímos um do outro, expectativas menos resultado das nossas ações, podemos obtemos um fracasso. Confuso? Deixa eu explicar de outra maneira: quando o resultado das nossas ações não atinge o esperado, e mais do que isso, quando são muito ruins, entram em confronto com as nossas expectativas – momento que “só” esperamos coisas boas. A questão de tudo, para entender a situação, é como você vai lidar com esse fracasso… E é ai que eu chego a um ponto chave: como mesmo após um fracasso um ser humano pode seguir (se mover), enquanto outro fica paralisado diante da situação?
Seguir na caminhada é algo necessário,
Por mais que me custe viver,
E apesar de todos adversários,
A paz e a fé hão de fortalecer,
E dia a dia me renovar!
Toda a nossa experiência de vida nos conduz para uma maneira de ser e de interpretar as relações e as situações, mas isso nem sempre repercute em hábitos e relacionamentos saudáveis. Precisamos, portanto, refletir sobre o que vai ter papel de ÂNCORA e o que vai ter papel de RAIZ na nossa vida. Um âncora para um navio ou para um barco é algo que vai imobilizar…tirar o movimento. Então, chegamos ao primeiro questionamento: o que na sua vida, como valores, crenças ou hábitos, lhe imobiliza ou lhe tira o movimento para ser feliz? Muitas vezes não é feita uma reflexão sobre isso, e não entendemos o estágio atual em que nos encontramos – como se faltasse algo, inquietando e incomodando em qualquer ocasião. E uma raiz? A raiz já é o oposto. Uma raiz para uma árvore ou planta tem o papel de sustentar e ser fonte de alimento. Segundo questionamento: o que na sua vida, como valores, crenças ou hábitos, lhe sustenta e lhe alimenta como ser humano? Às vezes nos sentimos bem, estamos felizes com nossas escolhas e nossos relacionamentos são saudáveis… mas não entendemos a fundo o porquê disso. Pois bem, tudo aquilo de positivo que alimentamos tem repercussão no que fazemos ou com que nos relacionamos.
Saber em vida o que funciona como uma âncora ou como uma raiz nos possibilita identificar com mais clareza o motivo de nos mover em direção a algo desejado, ou de ficar paralisado diante de uma situação. Isso envolve fatos e, principalmente, pessoas. Viver se lamentando não provoca transformações, já que é um processo que muitas vezes dói, incomoda e inquieta… mas não podemos negar a nos mesmos essa oportunidade. É uma consequência de viver necessária para amadurecer.
Pense: O que te move…e o que te paralisa?
E depois…se for necessário, repense!
Paz e bem.
Por Ricardo Verçoza – Professor, escritor e mestrando em Indústrias Criativas.