O comportamento dos cidadãos de uma sociedade é o que determina se haverá uma convivência sadia, ou se exemplos de corrupção e desrespeito surgirão cotidianamente? Bem… eu acredito que sim. Não existe pensarmos os fatos estando meio certo ou meio errado, ou seja,
ficando em cima do muro. A natureza do que é certo ou do que é errado passa constantemente pela mente das pessoas, só que muitas vezes não temos coragem suficiente para dialogar, muito menos para analisar consequências.
Num diálogo bastante interessante, Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho tratam de comportamento no livro “Ética e vergonha na cara”. Mas não é qualquer abordagem sobre comportamento. Como o próprio título do livro sugere, a ética é o assunto pelo qual os dois autores tratam desde questões pequenas até as grandiosas, passando por aquilo que seria trivial até chegar em grandes situações do dia a dia.
Cortella e Clóvis dialogam sobre a ética da conveniência, numa perspectiva onde muitos tendem a se beneficiar porque é oportuno, mas se fosse outra pessoa nada seria feito; propõe uma reflexão sobre qual tipo de resultado estamos obtendo hoje (no âmbito pessoal e profissional) a partir dos caminhos escolhidos; afirmam que não há vida sem escolha; e além disso, alegam que o problema da corrupção é uma disfunção do sistema, mas que este mesmo sistema é, antes de mais nada, formado por pessoas.
O livro é gostoso de se ler por dois motivos: aborda um aspecto do comportamento tão fundamental nos dias de hoje – que é a ética-, e contempla situações verdadeiras, contextos históricos e autores, bem como a etimologia (origem) de palavras que valem a pena conhecermos. Você vai começar a leitura e nem vai perceber que terminou…é didático e objetivo!
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” Rui Barbosa.
Não podemos desanimar nem ter vergonha. Por um país que saiba o valor da ética!
PAZ E BEM.
Por Ricardo Verçoza – Professor, escritor e mestrando em Indústrias Criativas.