Ele usava uma camisa azul com botões, mangas longas, calça jeans, a barba por fazer e levava uma garrafinha de vinho na mão. Foi a última vez que ela o vira, a última vez que seus caminhos haviam se cruzado.
Os meses passaram muito rápido, mas as redes sociais não a deixavam esquecer que ele existia e todas as semanas acontecia o mesmo ritual… um dejavu sem graça que a irritava mas ao mesmo tempo lhe tirava um riso bobo.
Olhando mais uma vez uma de suas fotos, ela lembrava com carinho a bagunça que ele fez em sua vida…
Sorriu mais uma vez e balançou a cabeça pensando “como ele pode mexer tanto no meu mundo, nas minhas estruturas?”
E para variar a velha voz interior gritava: ELE SIMPLESMENTE FEZ DIFERENTE! NÃO ATENDEU SEUS GOSTOS, NÃO DEU O BRAÇO A TORCER, TE CHAMOU DE COVARDE E NÃO FOI O DOM JUAN QUE ESPERAVA.
Mais uma olhada na foto. Mais um sorriso. A tal voz interior estava realmente certa, ele havia sido avassalador, direto, sem frescuras ou rodeios. A regra era clara: Carpe Diem ou Nada.
Por dois finais de semana ela foi Carpe Diem, experimentou o sabor dos seus lábios, o breve calor do seu corpo, o desejo de tê-lo entre suas pernas, a vontade de ser nele e mais nada. Ele realmente por um breve tempo foi um furacão na vida dela, talvez sua melhor alegria.
Ela queria a calmaria dos seus braços, ele desbravar outros mares. Ela queria dormir de conchinha num domingo, ele tomar uma vodcka e fica a vontade.
Ela entendeu, pegou suas lembranças e disse adeus.
Por Rhayssa Anneccetto