Quando a mente se estressa e o corpo cansa
Da rotina… do mundo… e das andanças,
Um sentimento chamado ‘desistir’ me preenche
Meio sem sentido, sem forma, e aleatório…
Me pressionando para não viver mais
E para não me deliciar com o tempo.
Isolado do convívio e da troca de sensações,
A tristeza colore meu ser,
E não é aquele colorido da aventura e ou da provocação
Mas aquele que é desprovido de paixão
E sem nenhuma grande emoção…
Cada pessoa nesse tempo
É um mar completo e difuso,
De onde nada se tira e nada se pode esperar.
Quando a mente lateja e o corpo se distrai,
Não me animo para comer ou sorrir,
Nem tampouco para alegria sentir,
Tão quieto que estou nos meus pensamentos.
É um respirar profundo… um pesar nas ações,
Uma hora de paz… outra de tribulações,
De ter tudo… e depois coisa alguma.
Tenho medo das minhas ideias vagarem por caminhos errados,
De não ter forças para lutar contra meus demônios
Pois o calor do abraço já não há,
Só o silêncio da solidão.
Quando a mente parece que vai pirar,
E o corpo, abatido, desfalecer,
Como posso eu me sustentar?
Aí, meu irmão,
Não tem receita pronta
Nem varinha de condão,
Ou milagre inesperado…
O que deve existir… simplesmente,
É uma vontade para ver,
Dia após dia
O brilho do sol,
Num esforço para não desistir de viver.
Sempre que a fraqueza embriaga minha mente
Quero entregar logo o jogo…
Mas… eu fico pensando porque eu estou aqui…
E concluo que se estou aqui deve ser por algum motivo,
Que não sei ao certo qual é
Só sei que preciso resgatar minhas forças nas possibilidades que tenho,
No ser humano que sou,
Nas pessoas que me amam,
E naquelas que eu posso ajudar.
Desistir é uma escolha…
Só que através desta escolha
Eu não saberei como é
Conhecer a simplicidade da vida,
Seus amores e verdades,
Não sentirei a adrenalina do encontro… a necessidade de reinvenção,
Nem me embebedarei no saber e no fogo da paixão…
E deixarei de viver o inusitado… o surpreendente…
Ah..!!!
Portanto:
Não desistirei!
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e futuro Jornalista.