O meu quarto é uma bagunça.
Um tumulto de coisas, espalhadas e jogadas, algumas por cima, outras por baixo, e todas ali.
Bolsas, cadernos, roupas, livros, folhas e no meio disso tudo, quietinho, meu violão. Esse violão, um amor que se aproxima e se distancia, às vezes é esquecido, e às vezes proporciona momentos de descontração e nostalgia.
Guarda-roupa, mesa e luminária…
Carteira, perfume e canetas, tudo numa desordem exata
Mas nessa confusão de objetos, eu consigo me encontrar…
Me encontro na medida em que me perco nos pensamentos, na leitura do mundo e em contato com ele… na luta contra as frustrações.
Numa realidade que aparenta nos consumir, eu respiro neste espaço de criatividade e paz.
Os vilões da mente não se fortalecem aqui, e eu sinto que realmente posso me reestabelecer… crescer.
Mas como se tudo é bagunça?
A ordem não é alcançada sem confusão, sem momentos de revisão de certezas absolutas ou sem que você tenha que mudar alguma coisa.
Relógio, terço, pastas… aquilo que preciso, e também aquilo que é supérfluo…
Fazer o que faço, viver a rotina de trabalho e estudo… o cansaço pode abater mais que o corpo e destruir mais que objetos.
Fazer o que faço não é um fardo, mas uma dádiva, e é um desafio compreender pelo que é importante viver.
A desorganização é um ponto para entender que posso seguir em frente, basta arrumar o necessário.
Eu sei que às vezes custa muito arrumar as coisas… seja pela preguiça, seja pela falta de motivação, ou até pelo medo do que vai encontrar pelo caminho.
Dúvida.
Algo que é fundamental.
Não paralise.
Meu quarto é uma bagunça, e o seu?!
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e futuro Jornalista.