Você se acha. Você se perde.
Aquilo que estava guardado é liberado sem limite e de forma desmedida.
Você vasculha sentimentos, aqueles que até eram desconhecidos, mas que em época de carnaval eles se transformam, e dão vez a liberdade e a ousadia.
Nas roupas criativas, na alegria disposta e contagiante… tudo é meio e fim de algo que se procura no carnaval… Tudo é intenção para algo ou para alguém.
Delírio e equilíbrio a percorrer pelas veias, a subir e descer ladeiras cheias de gente, ou de ruas coloridas pela ideologia da cultura, da tradição.
Tempo de encontro com pessoas desconhecidas… com vontades de momento… e a fuga da razão ajuda com o que queremos esquecer, mas também com o que queremos recriar.
Tempo de desencontros com desejos… com coisas que perturbam os pensamentos… com aqueles amores que duram um instante, mas que arrancam o fôlego de um jeito inexplicável…Ah…!
As sensações se misturam, embaraçadas pelo nível de álcool no corpo…
Eu vejo a multidão e a multidão sou eu. A dança provoca gestos e afetos…
A companhia é uma oportunidade para desbravar das curvas e do calor humano, tão essencial para o nosso deleite.
Tempo de encontro com nossa alegria, com o sentimento de amor-próprio, com a necessidade de ser autêntico sem nenhuma restrição ou preconceito… tempo de olhar em volta e enxergar a pura expressão das pessoas.
Tempo de desencontro com a paixão que enlouquece, simplesmente porque o momento de carnaval requer brevidade e energia, e não intensidade e cumplicidade.
Os suspiros…as cantadas… as risadas… o conhecimento das raízes que nos fazem brasileiros…
Carnaval é um brinde a naturalidade… é uma possibilidade de se conhecer mais… de ser como se quer ser também pelo resto do ano, e não apenas em quatro dias.
Carnaval é tempo de encontros e desencontros.
O que você tem a contar?!!
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e futuro Jornalista.