Assim como é altamente improvável que você passe a vida toda sem nunca ficar bravo, é muito improvável também que você passe a vida sem ter uma discussão com alguém. A menos que você seja um covarde ou uma pessoa desprovida de princípios, passarás por alguma situação onde será necessário apresentar seu ponto de vista, seja para defendê-lo ou para mudar o de outra pessoa. Enquanto seres humanos, sofremos a interferência de vários elementos que contribuem para a ocorrência de uma discussão com outra pessoa: maneira de criação, religião, convicções, ou uma simples implicância com a outra parte. Ao defender suas convicções, por exemplo, significa que nem sempre poderás evitar uma discussão, mas você pode administrá-la e ter a consciência de que o contexto que vai vivenciar deve ser permeado de ambição – e não de ganância.
Bem, e existe diferença entre ambição e ganância? MUITO!
Ambição é quando desejo o meu bem, o bem de pessoas que estão próximas a mim e quero sempre buscar o que for melhor – e para conseguir isso realizo um trabalho ético e de respeito aos indivíduos. Já a ganância se resume a conseguir o próprio bem, independente do que for necessário para alcançar o que quero, mesmo que isto desrespeite as pessoas. Logo, para uma convivência com outras pessoas se faz necessário que busquemos entender a diferença entre as palavras e a prática da ambição.
Entender tal significado faz com que apresentemos nosso ponto de vista com certa naturalidade, evitando assim a teimosia pura ou os preconceitos infantis. Dizem que existem apenas dois tipos de pessoas que nunca mudam de opinião: pessoas mortas e tolas. Eu acredito que nenhuma das opções você gostaria de ser, especialmente a primeira. Quando você perceber que está errado, tenha boa vontade em ceder; quando a outra pessoa admitir que você está certo, seja amistoso. Ter uma reputação de “bem que eu te falei” jamais vai lhe ajudar a lidar de maneira bem-sucedida com os outros. É da natureza humana que as pessoas que você irritou fiquem à espera de uma oportunidade para devolver na mesma moeda, infelizmente.
É importante também uma reflexão sobre o ato de “ceder”. Ceder para muita gente, eu acredito, é demonstrar fragilidade e ser permissivo com alguma coisa. Sinceramente, não vejo desta forma. Ceder é (deve ser) um ato racional de um indivíduo amadurecido que entende que não existe somente a sua perspectiva e a sua vontade, e deseja incluir o outro. Prepare-se e amadureça o suficiente para deixar passar coisas pequenas e sem importância, para teu bem e o bem da pessoa que você está se relacionando.
Claro que em algumas situações, e até diante da personalidade da pessoa, fica notável sua inflexibilidade. Nestes casos, o único jeito de provar que estão erradas é deixar tomar suas próprias atitudes e sofrer as conseqüências. O tempo, às vezes, converte mais que a razão. Não sendo este o caso, e para o bem das amizades construídas por você:
- Seja ambicioso, porque aquilo que a vida traz, traz para o mundo, e não só para ti;
- Aprenda a ceder quando necessário. Isto é prova de maturidade;
- E tente se interessar pelos motivos ou razões que a outra pessoa lhe apresenta. Essa mesma pessoa é um rico ecossistema de informações e sabedoria e muito aprendizado pode lhe conferir… se você permitir.
E lembre-se: quando discutir com alguém, especialmente alguém que você ama, esqueça o passado. Quem vive de passado é museu! (sem preconceitos com museus, ok?!).
OBS: existe diferença entre as palavras discussão, debate e diálogo. Caso tenha interesse de saber mais informações, acesse o texto “Discussão, debate ou diálogo: quando os conceitos interferem nas nossas relações”.
Referência: Livro “Só talento não basta – 30 lições simples de sucesso que dependem unicamente do seu esforço”. Autor – Lyman Macinnis.
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e futuro Jornalista