“Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou”.
Quando reflito sobre estas palavras da música “Tempo Perdido”, de Legião Urbana, fico me questionando sobre coisas que não faço. Na zona de conforto que todo ser humano tem, e que nem todos têm a coragem de enfrentar, muitos não soltam as amarras que impedem as boas oportunidades de viver a vida e acabam ficando com um sentimento de “e se…”.
E se as coisas fossem diferentes? E se eu fosse rico? E se eu fosse mais paciente com o próximo? E se eu chamasse aquela garota linda para conversar, o que poderia acontecer?
São tantas perguntas que começam por “e se…”, e tantas possibilidades em vida,…então porque eu devo ficar imaginando algo que poderia acontecer, e só não acontece por conta da minha falta de atitude? E eis que o desafio está lançado! Desafio de enxergar a vida como um jogo de consequências ou como uma roda gigante de fatos com causa própria – aquilo que eu tenho a liberdade para interferir. Quando entendemos a vida como um jogo de consequências, esperamos que a sorte se manifeste e que nos traga a calma para desejos inquietantes. É como um querer doido e alucinante que nos toma conta, e que nos provoca curiosidade… mas que nossas amarras nos prendem a incerteza e a espera do desabrochar da sorte em nosso caminho. É uma alternativa, mas na minha humilde opinião, chega um momento que não mais satisfaz. Por muito tempo eu engoli a seco a ideia do “e se…” e aos poucos fui entendendo que o jogo de consequências muitas vezes não me favorecia e eu ficava imaginando algo diferente.
Diferente como, sem ter um posicionamento? Ahh…!
Venho chegando a conclusão que a roda gigante de fatos com causa própria me impulsiona para a adrenalina correr nas veias, e que isso não exclui o medo que sinto todas as vezes que “quero” fazer algo novo. Fico pensando o que outras pessoas vão dizer, imagino uma sensação de vergonha ou até o vexame que passarei. Mas quer saber? Estou me livrando das amarras. É um processo lento… e que tenho que enfrentar. A roda gigante está movimentando a adrenalina para meu coração de tal forma que me sinto cada vez mais vivo e por momentos sinto faltar o ar por aquilo que tenho que fazer ou dizer. Tudo isso virou um turbilhão mais intenso quando uma garota fantástica e seu sorriso encantador, de uma conversa tranquila e descontraída, meio tímida e muito cativante, cruzou meu caminho… junto com a ideia do “e se…”. Não poderia ficar pensando que poderia ter tentado uma conversa, mas não fui por medo. O medo complica tudo na vida… contudo, lembrei-me de uma frase que serviu de referencial para seguir: “vai, e se estiver com medo, vai com medo mesmo”.
A conversa aconteceu. O momento passou. Passei a acreditar em anjo. O “e se..” não ficou só no imaginário, mas se concretizou também. Nada mais é como era antes. Poucos instantes de poesia. E se tivesse mais uma oportunidade, sem esperar e pronto para agir, perguntaria: você quer sair comigo?
OBS: texto baseado no campo das ideias, mas que o autor não sabe quando será possível haver comprovação científica.
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador, blogueiro e futuro jornalista.
@CapitaoCoragem