Tempos modernos. Não é o filme de Charles Chaplin, mas a justificativa de alguns para a realidade que encontramos nos dias atuais. Músicas, textos, roupas… ou qualquer item que o ser humano possa consumir e satisfazer as suas necessidade individuais. O consumo é natural e compreensível, mas o consumismo (exagero do consumo) é totalmente questionável, especialmente no que tange a qualidade daquilo que ouvimos, lemos, vestimos… e tantas outras formas de acabar com o planeta e de mostrar para os demais o que “possuímos”.
Neste texto não vou abordar os impactos para o planeta (por mais pertinente que seja), mas de que forma estamos dando importância as várias coisas cujo significado é nulo ou até negativo. Reclamos da política e elegemos indivíduos corruptos e outros para servir de exemplo, como o “nosso” Tiririca. Não gostamos quando uma pessoa fica escutando sua “música” querida dentro do ônibus sem o fone de ouvido – em muitos casos esta música (se assim podemos chamar) tem uma letra que agride moralmente a todos, e consumimos uma “música” até pior em relação àquela que escutamos no ônibus. Criticamos o comportamento de emissora A, B ou C – por suposta manipulação de opinião-, e ainda assim assistimos sua fantástica programação –, e diga-se de passagem, muito duvidosa em vários aspectos.
Bem… o que eu quero dizer com isso? Na verdade, às vezes até temos a consciência de que aquilo que consumismo é algo fútil e sem poder para gerar mudança (s), mas temos que criticar para mascarar o real desejo: o de ter, assistir, vestir ou ler essa avalanche de porcaria que existe e que cada vez mais chega até nós. O curioso, e até certo ponto engraçado, é que não basta mais ter; temos que ter e ostentar – e eu posso utilizar uma palavra pomposa para intensificar o que digo: estamos glamourizando!
Não somos professores, arquitetos, psicólogos, analistas de TI, engenheiros, ou advogados… somos o glamour que ostentamos perante os demais e a cultura que acreditamos ter. Essa mesma cultura não agrega, não provoca, não faz refletir sobre nosso status quo, em contrapartida alimenta vícios de comportamento, maneiras estressantes de se relacionar e pequenos hábitos que formam nossa identidade. Sim caro leitor (a)! Nossa identidade está cada vez mais sendo formada por uma porcaria envolvida num véu de glamour, e é assim que diversos setores da sociedade (não todos) buscam formar a sociedade do futuro: passando uma ideia de glamour. Bacana, não?!
Esse texto não é para você entrar em crise pessoal sobre as coisas que consome ou sobre características (de comportamento) formam a sua identidade atual; é, antes de tudo, uma pequena provocação diante da enxurrada de porcaria que se prolifera com o nome de tendência, moda ou “objeto dos sonhos”. O Brasil – e por consequência o brasileiro (a)-, é uma fonte inestimável de criatividade e cultura, mas que está se perdendo em futilidades temporais que vem e que vão, e que em nada edifica. Fica a reflexão!
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e Blogueiro.
@CapitaoCoragem
Nossa!!! Eis aí uma excelente reflexção!!! D+!!!
GostarGostar