“Calouro não pensa”…”Calouro não sabe de nada”. Algumas vezes eu percebia na época da minha graduação que alguns veteranos e alguns professores pensavam isso de quem estava chegando à universidade/faculdade. Seja através das palavras, ou através de comportamentos, o calouro era e ainda é pouco escutado, e suas opiniões tem pouca importância para o contexto do curso ou da universidade/faculdade.
Primeiro de tudo: não ligue para opiniões ou comportamentos deste tipo. Sempre acreditei (e ainda acredito) que existe um potencial enorme dentro de cada indivíduo, e que este mesmo potencial precisa ter uma utilidade – ou uma válvula de escape: aquilo que você trabalha para criar novas realidades e novos comportamentos. Depois que passa o sentimento de “oba-oba” ou o friozinho na barriga, você deve estar atento às oportunidades para não ser apenas mais um. Assim, começo a falar sobre o primeiro ponto que é o princípio de novas possibilidades para você: participar das atividades e/ou grupos existentes na universidade/faculdade. Convivi com alguns colegas que pouco se envolviam com o que acontecia ao seu redor, e pouco davam importância à prática do networking (capacidade de estabelecer novas relações). Logo, Empresa Júnior, Diretório Acadêmico, palestras, encontros, iniciação científica, grupos de estudos… quaisquer possibilidades de interagir, saber sobre outros assuntos e ir a outros lugares é uma forma de sair da sua zona de conforto e mudar aquilo que você foi um dia. (Iniciativa!)
O segundo ponto que contribui para você sair do padrão, é avaliar como as coisas são feitas e por consequência, questionar. Questionar faz sua mente pensar em alternativas que outros não pensaram, faz você estabelecer conexões entre conceitos que muitos não fariam e desenvolve a capacidade crítica e argumentativa. Então, sempre que puder, questione… mas não questione como criança (só por implicância), e sim como adulto que quer saber a razão de determinada coisa e que quer aprender. Um elemento que te ajuda a questionar é ouvir o que as pessoas estão falando. Para qualquer profissional hoje, independente da área, saber ouvir é um passo fundamental que diferencial o que “acha que entendeu” do que de fato você “entendeu”. A partir desta habilidade, você vai ser mais objetivo e claro nos seus questionamentos.
O terceiro ponto, e não menos fundamental, é a arte de criar. Já que muitos insistem em caminhos já conhecidos e fazer o que todo mundo já fez, criar te torna único (a). Você não precisa começar por grandes coisas ou grandes sonhos… as pequenas ações do cotidiano (um bom dia a uma pessoa desconhecida, por exemplo) podem revelar muito sobre sua identidade. Um fato é necessário diante da uniformidade do mundo: criar para manifestar um pensamento próprio. Então…participe, questione e crie! Não espere perfeição, mas acima de tudo a AUTENTICIDADE – pois assim diz Mário Quitana: “Buscas a perfeição? Não sejas vulgar. Autenticidade é muito mais difícil.”
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador e Blogueiro.
@CapitaoCoragem