O assunto já foi bem mais comentado e discutido se comparado a outros dias de um passado recente. No entanto, é inegável sua importância hoje como elemento que pode ser decisivo para as empresas, especialmente para a contratação e retenção de talentos num mercado de trabalho cada vez mais competitivo: estamos falando da Responsabilidade Social Empresarial (RSE).
Para que nossa reflexão possa fluir mais tranquilamente, trago uma abordagem sobre RSE do Instituto Ethos que diz que “o cerne da responsabilidade social empresarial é a ética”. Não basta as empresas acharem que por promover ações sociais estão praticando a RSE; seu conceito e sua prática devem envolver uma gestão socialmente consciente sobre algumas diretrizes, como a construção de relacionamentos éticos e transparentes com todos os púbicos, o estabelecimento de metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos ambientais e culturais para as gerações futuras.
Esse “estado de consciência” reflete em uma imagem que os futuros profissionais fazem de uma determinada empresa, julgando-a boa ou ruim para investir seu tempo e seus esforços intelectuais. Logo, a alta administração deve pensar em como estabelecer uma gestão de pessoas contemporânea, sendo perspicaz ao contexto dos profissionais, do mercado e da sociedade. Podemos observar esse entendimento na citação abaixo:
“Em consonância com a concepção contemporânea de gestão de pessoas, um indivíduo não é levado a agrupar-se a uma dada organização somente em função de recompensas financeiras; para atrair e reter os melhores talentos, acredita-se que a organização deva conceder a seus empregados um pacote de benefícios materiais e imateriais estrategicamente elaborado para torná-la atraente frente à concorrência (BOHLANDER et al, 2005; SOUZA et al., 2006).”
Talvez para as empresas o maior desafio seja atrair o profissional indo além do conceito do Homo Economicus (conceito que definia o ser humano como previsível e controlável, bem como somente estimulado por incentivos financeiros). Dentro do contexto de crescimento da economia do Brasil (alguns estados crescem mais do que outros) são vários os fatores que hoje levam o indivíduo a escolher essa ou aquela empresa, como podemos observar na citação seguinte:
“Na pesquisa realizada por Sarsur et al (2003) acerca de programas de estágios e trainees, dentre os fatores considerados pelas organizações como elementos-chave para atração de jovens talentos destacam-se: a perspectiva de carreira e de crescimento profissional (87,2% dos respondentes); imagem e reconhecimento da empresa no mercado (82,1%); a prevalência de um ambiente saudável de trabalho (66,7%); a existência de programas estruturados de desenvolvimento profissional (66,7%); e a possibilidade de participação em projetos desafiadores (66,7%).”
Percebe-se que o item “imagem e reconhecimento da empresa no mercado” é reflexo de como os jovens profissionais enxergam as empresas, seja num contexto de ações internas ou externas. Ai eu questiono você: é interessante estar em uma empresa que investe em RSE e que de fato a põe em prática? Eu vejo o indivíduo hoje muito mais consciente em relação às empresas, a qualidade de vida e à possibilidade de crescimento na carreira. A responsabilidade do desenvolvimento da sua empregabilidade é sua, bem como a definição de onde estarás trabalhando. Seja sábio para conquistar as melhores oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Por Ricardo Verçoza – Professor, Administrador, Blogueiro.
@CapitaoCoragem
(Citações do artigo: “Responsabilidade Social Empresarial: Um Fator de Atração para Novos Talentos?” de autoria de Marina Dias de Faria, Daniela Abrantes Ferreira, José Luis Felicio Carvalho – XXXII Encontro da ANPAD – Rio de Janeiro – 2008)
(Referência: http://migre.me/849XI )